Antecedendo à ópera
Numa sinfonia
tocada nos sóis de todos os dias,
O Mar é o
maestro. Oh, linda!
A sonoridade da
beleza reflete o espelho da fé.
O céu sente a
batuta no sustenido da anunciação.
Na afinação dos
becos, os azuis da batuta encantam...
Tudo acontece:
O sono bate, o
coreto acolhe, o chão acolhe.
O Recife ouve.
Ao longe vê os acordes que o chão acolheu.
O espectador é
a parede que se fotografa aos sons.
O altar que
aguarda reza e cantos respira flor e pede casamento...
O compasso das
ruas e suas nuâncias soam numa crescente.
Coisas
acontecem:
A história olha
pro mar que ralenta o tempo...
A harmonia olha
pro mar, que pede um andamento aos céus.
Pede
intensidade de fé que cheira pelos Quatro Cantos, o povo sorri.
Rezando
Misericórdia e Amparo a um Deus Baco na Rua 13.
Suas uvas se
comprometem deixando sua arte e suas cores pelas ruas.
Oh, linda! Oh,
Maestro! Oh, música!
Assim acontece:
O Teatro e suas
ruínas se misturam à plateia em pianíssimo.
Que aplaude o
infinito e acredita estar nas cordas.
Vibrando a
sonoridade, a arte se sente a própria vida surpreendente.
Os sons passam
pelas janelas a cada carnaval... As cores acompanham.
Nessa regência
o Mar levanta o braço, as cores e uvas partituram.
A sutileza do
farol toca com a sua luz,
Os coqueiros afinam
as molduras para as paredes da fé.
Os sinos
anunciam a paixão e calor se refresca pela janela.
A graça do muro
aceita companhia e o vento acolhe do sono refém.
A música
acontece:
O sorriso
aplaude a sinfonia
Que o maestro viu
todos os dias, enquanto se registrava na alma essa sinfonia chamada Olinda.
Comentários
Postar um comentário